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Article Processing Charges (APCs)

Criado em: 2024-07-20 18:39:00 - Atualizado em: 2024-07-20 19:34:45

O termo Article Processing Charges (APCs) ou ainda Taxas de Processamento de Artigos (TPAs), são taxas cobradas por muitas revistas científicas para cobrir os custos de publicação de artigos em acesso aberto. Essa prática se tornou comum com o crescimento do movimento de acesso aberto, que visa tornar a pesquisa científica acessível gratuitamente para qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo. As APCs são pagas pelos autores ou suas instituições, permitindo que os artigos sejam disponibilizados sem restrições de acesso, diferentemente do modelo tradicional de assinatura, onde os leitores ou suas instituições precisam pagar para acessar o conteúdo, o que torma o artigo de acesso restrito e portanot não OpenAccess.

A principal justificativa para a cobrança de APCs é a necessidade de cobrir os custos de produção editorial, revisão por pares, formatação, hospedagem e disseminação dos artigos. Publicar em acesso aberto oferece diversos benefícios, como maior visibilidade e alcance dos trabalhos científicos, o que pode levar a um aumento nas citações e no impacto da pesquisa. Além disso, o acesso livre à informação científica é crucial para o avanço do conhecimento, especialmente em países em desenvolvimento, onde as instituições frequentemente enfrentam dificuldades financeiras para assinar revistas científicas.

No entanto, a cobrança de APCs não é isenta de críticas. Uma das principais preocupações é que as taxas podem ser proibitivas para pesquisadores de instituições com menos recursos financeiros, limitando a capacidade desses cientistas de publicar em revistas de alto impacto. Isso pode perpetuar desigualdades no acesso à publicação científica e afetar negativamente a diversidade de vozes na literatura acadêmica. Para mitigar esse problema, algumas revistas e financiadores de pesquisa oferecem isenções ou descontos nas APCs para pesquisadores de países em desenvolvimento ou de instituições com orçamento limitado.

Outra crítica importante diz respeito à pressão para publicar que muitos pesquisadores enfrentam. Com a necessidade de pagar APCs, há um risco de que revistas predatórias – aquelas que cobram taxas de publicação sem oferecer serviços editoriais e de revisão por pares de qualidade – se aproveitem dos autores. Essas revistas comprometem a integridade científica e a qualidade da pesquisa publicada. Por isso, é fundamental que os autores escolham cuidadosamente onde publicar seus trabalhos, verificando a reputação e a seriedade das revistas.

APCs (TPAs) são cobradas após o aceite do artigo, antes da publicação, e variam de acordo com os custos da editora para todo processo editorial. Existem revistas científicas cujos custos de processamento e publicação são cobertos por outras fontes, por exemplo, um patrocinador como uma sociedade, e por isso não cobram uma APC (TPA).

Em conclusão, os Article Processing Charges representam uma solução viável para a disseminação aberta da ciência, mas vêm acompanhados de desafios e preocupações que precisam ser abordados pela comunidade acadêmica. A busca por um equilíbrio entre acesso aberto e sustentabilidade financeira é crucial para garantir que a pesquisa científica continue a avançar de maneira inclusiva e ética, beneficiando a sociedade como um todo.