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Periódicos sequestrados: Levantamento aponta uma elevada incidência de plágio em revistas científicas clonadas por fraudadores

Criado em: 2024-09-16 17:19:00 - Atualizado em: 2024-09-16 17:42:18

Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

A economista russa Anna Abalkina, da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, é uma especialista em integridade científica que, nos últimos tempos, se dedica a estudar os chamados “periódicos sequestrados”, sites clonados de revistas científicas legítimas que, para imitá-las, copiam os títulos das publicações e seus números ISSN, códigos de 8 dígitos que as identificam internacionalmente. Em um artigo publicado na revista Accountability in Research ‒ Ethics, Integrity and Policy, Abalkina demonstrou um dos problemas que esses periódicos fraudulentos causam à comunicação científica: boa parte dos artigos que eles publicam contém plágio.

O estudo analisou uma amostra de 936 artigos em 58 periódicos sequestrados e constatou que 66% deles tinham sinais de plágio – em 28%, a similaridade com outros trabalhos ultrapassava 25% do conteúdo publicado. Três quartos dos autores principais desses estudos eram originários da Índia, mas também havia autores de países como Indonésia, China, Iraque e de repúblicas da extinta União Soviética, como Rússia, Uzbequistão e Casaquistão. “A ausência de requisitos rigorosos de publicação, processos de revisão por pares e verificações de similaridade em periódicos sequestrados cria um ambiente onde os autores podem publicar textos com quantidade significativa de textos e imagens plagiadas”, escreveu Abalkina.